Qual empresário não deseja aumentar o faturamento? Contudo, muitas das “dicas” apresentadas por experts são difíceis de colocar em prática, já que exigem investimentos altos e mudanças estruturais, sobretudo nas equipes de vendas.

Mas, você sabia que existem maneiras de atingir essa meta sem, necessariamente, inflar seu orçamento? Será sobre algumas delas que trataremos neste conteúdo. Confira!

Custos e faturamento: qual impacto no lucro?

Antes de mais nada, é importante deixarmos clara a diferença entre lucro e faturamento. Ao possuir custos elevados para a produção ou execução de um serviço, o seu negócio pode estar perdendo competitividade.

Isso porque os altos custos podem gerar duas situações: 1) repasse do custo extra ao consumidor e cobranças mais caras, sem entregar mais qualidade; 2) absorção do custo e redução do lucro.

Imagine duas empresas que competem vendendo produtos similares. Em determinado período, a primeira teve uma receita de R$ 200, enquanto a segunda, de R$ 180. Contudo, ao analisarmos os lucros, percebemos que a primeira empresa lucrou R$ 10 e a segunda, R$ 18.

Assim, a empresa de maior faturamento lucra menos por ter custos mais altos para produzir, vender e distribuir. Logo, aumentar o faturamento pode não ser a solução para os seus problemas. É fundamental investir em uma gestão otimizada, desenvolver processos eficazes e reduzir os custos em toda a cadeia.

Como aumentar o faturamento e reduzir custos?

Agora que já compreendeu a relação entre lucratividade e custos, pode notar que tão importante quanto buscar medidas que te ajudem a faturar mais é conseguir eficiência interna, reduzindo os custos. Veja as dicas que separamos!

Dica #1: investir em tecnologia

A primeira dica é, possivelmente, a mais importante para aumentar o faturamento e reduzir custos: investir em tecnologia. Afinal, ela é capaz de transformar os processos dentro do seu negócio, automatizando diversas funções e integrando seus departamentos.

Quando isso acontece, é possível trazer mais agilidade aos seus times. Um bom exemplo está na automatização de processos burocráticos e morosos (que não adicionam valor), que passam a ser feitos de forma automática, pelos “bots”. Outra ação que aumenta produtividade e eficiência é conectar os diferentes departamentos, que muitas vezes utilizam sistemas desconexos, para que consigam ter acesso às informações das quais precisam de forma rápida e simples, agindo de maneira integrada, tudo em dashboards centralizados em tempo real.

Por exemplo, fazer com que o setor comercial consiga acompanhar as operações do chão de fábrica e da logística, percebendo com antecedência possíveis diminuições de produção ou gargalos de entrega. Assim, pode orientar melhor as prioridades das vendas e as promessas de entrega, causando uma boa impressão aos clientes. Os exemplos são muitos, passando por compras, estoque, manutenção, financeiro, cobrança, etc.

A automação de processos, por sua vez, pode ser usada em praticamente qualquer negócio, independentemente do porte ou segmento. Afinal, todas as empresas possuem tarefas repetitivas, como emissão e conferência de notas fiscais, emissão de boletos, contas a pagar e a receber, controle de estoque, entre outros. Aliás, Automação e RPA (Robotic Process Automation) são segmentos da Tecnologia da Informação que despertam, atualmente, grande interesse dos gestores, investidores e empresários.

Até mesmo o processo de vendas propriamente dito pode se tornar mais eficiente com a tecnologia. Afinal, terá como captar e organizar mais dados dos seus clientes, entendendo seu perfil e seu comportamento, oferecendo informações valiosas aos vendedores, que terão poder de convencimento mais amplo.

Existem inúmeras soluções disponíveis – e é importante optar por uma que esteja adequada à realidade e às necessidades da sua empresa.

Dica #2: aproveitar os benefícios do Big Data

Outra tecnologia revolucionária – e que tem ajudado inúmeros gestores a melhorarem seus resultados – é o Big Data.

Segundo a University of California em Berkeley, as empresas cujo gestor consegue trabalhar orientado a dados têm 77% mais probabilidade de exceder significativamente suas metas de negócios. Há um vasto volume de dados sendo gerado e coletado em sua empresa a todo instante. Como está utilizando essas informações para tomar decisões de negócios melhores e criar maior valor? 

Esses dados podem ser usados para diferentes objetivos, especialmente para auxiliar a resolver problemas de negócio, ajudando o gestor a otimizar as operações de diferentes setores, desde as relacionadas com a experiência do cliente até a gestão de estoque, da operação fabril, da logística e de diversos outros exemplos.

Com Big Data & Analytics, todas essas informações são reunidas e analisadas para uso estratégico. Vejamos alguns exemplos:

•         Desenvolvimento de novos produtos e eficiência operacional, antecipando a demanda dos clientes, algo que já é realizado por negócios de sucesso como a Netflix que criou modelos preditivos para novos produtos e serviços, ao classificar os principais atributos em ofertas passadas para modelar com grande êxito comercial as novas ofertas.
•         Experiência do cliente, pois o Big Data permite reunir dados de registros de chamadas, interações nas mídias sociais, acessos no site da empresa, entre outros para melhorar a experiência e a interação dos seus clientes com a sua marca, oferecendo, por exemplo, ofertas personalizadas e lidando proativamente com os problemas.
•         Inovação, uma vez que conseguirá ter dados mais concretos e confiáveis sobre seus clientes, sua própria empresa e o mercado onde atua, usará as informações para novos insights.
•         Manutenção preditiva, algo crucial para indústrias, pois é possível analisar os dados gerados pelas suas máquinas para prever falhas mecânicas e agir antes que esses problemas ocorram, evitando a interrupção da sua produção.

Todas essas possibilidades ajudam a deixar sua empresa mais eficiente, reduzindo os custos operacionais e, ainda, aproveitando oportunidades no mercado. Assim, é possível aumentar o faturamento, tomando decisões acertadas e baseadas em dados reais, com gestão do conhecimento.

Dica #3: enxugar a quantidade de produtos/ serviços

Alguns empresários acreditam que para vender mais é preciso ter uma grande quantidade de produtos ou serviços, atraindo, dessa forma, uma clientela mais ampla. Mas nem sempre isso é verdade.

De acordo com a Lei de Pareto, aproximadamente 20% dos produtos/serviços representam 80% do lucro das empresas. 

Conhecer exatamente a margem de lucro de cada produto ou serviço que você vende, bem como os custos agregados de cada um deles, ajudará a tomar decisões mais acertadas, mantendo no seu portfólio apenas aqueles que são realmente rentáveis.

Para as empresas de serviços, vale a mesma regra. Nem sempre é uma boa estratégia manter clientes a qualquer custo, já que alguns podem apresentar lucro pequeno para a quantidade de trabalho e gastos que ele traz. Analise friamente os resultados e selecione os clientes que você pode atender, focando nos que têm maior rentabilidade ou que podem trazer outros benefícios mais duradouros ao seu negócio.

Dica #4: personalizar o serviço ao cliente

Com uma concorrência cada vez maior, é importante oferecer serviço e atendimento ao cliente personalizados e ágeis. Por isso, você deve acompanhar a evolução do perfil do seu cliente e suas preferências.

Uma tendência é o omnichannel. Ou seja, os clientes são capazes de escolher por quais plataformas desejam se relacionar com a sua empresa, seja para comprar ou para resolver um problema.

Para se adequar a essa tendência, ofereça diferentes canais de atendimento, seja ágil nas redes sociais, forneça a possibilidade de SAC via WhatsApp ou outras plataformas de conversação e conecte o on e off-line, por exemplo, com a possibilidade de compra via aplicativo e retirada na sua loja física. Também aqui a tecnologia pode facilitar muito a sua vida.

Aproveite o Big Data e as demais tecnologias para entender seu cliente e, dessa maneira, oferecer um atendimento personalizado. Assim, será mais fácil fidelizá-lo. Clientes fiéis custam menos, têm ticket médio maior e ainda indicam seu negócio para outras pessoas.

Dica #5: analisar a eficiência dos fornecedores

Para cortar os custos e, consequentemente, aumentar a lucratividade, uma dica básica é rever a eficiência dos fornecedores e prestadores de serviços, focando naqueles que se destacam. 

A qualidade deve ser requisito primordial. Quem não te atende com qualidade, rapidez e prestatividade deve ser substituído. Afinal, a condescendência com o mau fornecedor pode comprometer a qualidade percebida nas suas entregas a seu cliente final.

O preço é sempre um critério importante. Mas o fornecedor que não te surpreende com custos extras escondidos nas letras pequenas é tão importante quanto. Idealmente, valores fixos são indicados. Mas, como citado anteriormente, a qualidade do que é entregue deve ter a mesma priorização, se não vier na frente. Uma boa dica para quando estiver contratando algo novo é verificar, com clientes ativos do candidato a fornecedor, quão satisfeitos estão com o relacionamento.

Isso deve ser feito desde os fornecedores de matéria-prima, passando pelos serviços básicos como telefonia e internet, até chegar em assessorias e consultorias, inclusive de TI.

Dica #6: cuidar da sua saúde financeira

A gestão financeira é crucial para tornar sua empresa mais eficiente, reduzindo custos, perdas e, claro, aumentando o faturamento. É fundamental que você, como gestor, tenha conhecimento e controle de todos os custos, valores a receber, vendas por período, margem de lucro de produtos e demais informações financeiras sobre sua empresa.

Assim, será mais fácil se planejar adequadamente, entendendo como a sazonalidade afeta o seu negócio e se antecipando a essas situações. Sem conhecer seus custos, será difícil pensar em formas realmente eficazes de reduzi-los.

Contratar uma equipe nova de vendas ou investir em uma campanha agressiva de marketing, por exemplo, podem não trazer os resultados esperados, se a causa raiz de seu problema for descontrole financeiro interno, como uma margem de lucro baixa para cada produto ou serviço que você vende.

Portanto, a tecnologia, mais uma vez, é uma excelente aliada! 

Os softwares de gestão ajudam a controlar melhor tudo o que entra e sai em termos financeiros do seu negócio, realizando fluxo de caixa, projetando cenários, entendendo o impacto dos tributos e tomando decisões mais estratégicas. O Big Data, por sua vez, ajuda a entender os dados e a tomar decisões acertadas, com base em conhecimento. Por fim, ao integrar as informações desses sistemas em painéis de visualização inteligentes, integrados e em tempo real, na palma da sua mão, no smartphone ou no tablet, poderá vislumbrar metas e resultados ainda mais arrojados.

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